quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Preconceito: A Criminalização da cultura rock


Nunca consigo entender porque é tão difícil para o ser humano aceitar outro ser diferente dele! Imagine como o mundo seria chato se todas as pessoas tivessem o mesmo gosto, a mesma opinião, se vestissem da mesma forma, e ouvissem o mesmo som, nossa seria horrível. As diferenças estão aí, e temos que aprender a respeita-las, infelizmente em algumas pessoas o respeito não foi apresentado.

Foi isso que aconteceu ontem, 04 de setembro, na audiência publica (Audiência essa que visava uma construção de políticas públicas para a juventude audiência publica para construção de políticas publicas para a juventude. audiência publica para construção de políticas publicas para a juventude.) e que ocorreu na Câmera de vereadores de Macapá. A conselheira tutelar, na qual prefiro não falar o nome, disse o seguinte: “Nada contra o movimento Liberdade ao Rock, o que tem acontecido em público, na Praça da Bandeira, onde já comparecemos e fotografamos, a qual nós protocolamos para a Vara da Infância da Criança e Juventude. Os ambulantes vedem bebidas alcoólicas para menores, também há consumo de drogas no local. Isso pode ser considerado um movimento cultural? Não há nada de cultural nisso!”.

E aí será que podemos considerar isso como um preconceito? E por que ela falou que não há nada de cultural? Será que o rock não pode ser considerado uma cultura? Vamos aprofundar, saber o que é cultura.
Do ponto de vista antropológico, o termo “cultura” refere-se a tudo o que o ser humano faz, pensa, imagina, inventa, porque ele é um ser cultural. Não sendo capaz de viver somente guiado por seus instintos, ele é levado a construir ferramentas que possam ajuda-lo a instalar-se no mundo, a sobreviver, a desenvolver a sua humanidade. A essas “ferramentas” dá-se o nome de cultura. Entenderam? Vamos simplificar... São práticas e ações sociais que seguem um padrão determinado no espaço/tempo. Refere-se a crenças, comportamentos, valores, instituições, regras morais que permeiam e "preenchem" a sociedade. Explica e dá sentido a cosmologia social, é a identidade própria de um grupo humano em um território e num determinado período.

E agora será que não pode ser considerado cultura? E por que ela disse que não? Por causa do Rock? Que preconceito mais absurdo. Outra coisa que fiquei chocada em ouvir foi quando ela disse em relação as drogas, a bebida, quer dizer que só aqueles que ouvem o rock são os que bebem, se drogam e as outras pessoas não? Por acaso quem ouve sertanejo, por exemplo, nunca bebeu? É uma pessoa pura? Pelo que eu sei, nos eventos que tocam outros tipos de música os adolescentes bebem adoidados e muitos se drogam. O que quero dizer com isso? Que não é o gênero musical que vai definir se uma pessoa vai se drogar ou não, e muito menos o Movimento Liberdade ao Rock vai influenciar algum jovem, até porquê eles nunca fizeram apologia a drogas, ao contrário. Nós temos que aprender a respeitar as pessoas, e aceita-las, o  respeito acima de tudo e infelizmente não foi o que aconteceu ontem.


NOTA DE REPÚDIO

O Movimento de Iniciativa Cultural Liberdade ao Rock, nesta tarde de quarta-feira (04/09), em Audiência para Políticas Públicas para a Juventude, realizada na Câmara Municipal de Macapá, foi ironicamente acusado de estimular o uso de drogas ilícitas e bebidas alcoólicas pelos jovens durante os seus eventos. O Movimento Liberdade ao Rock oficialmente não estava presente por motivos de não ter conhecimento da realização da audiência pública com tal tema a ser discutido, mas a repercussão das levianas afirmações feitas pela conselheira tutelar, REGIANE GURGEL/ PRESIDENTE CTM-ZS, correu os corredores daquela casa e logo chegou às mídias digitais, onde o público presente indignado com tais palavras nos solicitou uma atitude. Em poucas horas, a mobilização da Coordenação do Liberdade ao Rock chegou na casa pública municipal e solicitou o direito de resposta, direito este concedido.

Na Plenária o representante do Movimento de Iniciativa Cultural, Arley Amanajas, membro da equipe, militante político e cultural, formado em Direito, Funcionário Público, casado e pai de dois filhos, levou as principais argumentações para a audiência, virando um debate com a tréplica da conselheira. Art. 15. "A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis." O Liberdade ao Rock vem fazendo campanhas efetivas contra a utilização das “drogas ilegais e legais” pelo seu público, que em maioria, é menor idade. Além de implantar novo horário, com seus eventos iniciando mais cedo, assim também terminando cedo, possibilitando o público menor não violar o limite de horário estabelecido pelo Estatuto da Juventude para sua permanência em eventos noturnos. Para garantir o parágrafo IV - "brincar, praticar esportes e divertir-se", a equipe de coordenação preocupa-se em executar seus eventos com todas as autorizações necessárias, nesse ponto, vale ressaltar que a fiscalização do poder público deve ser solicitada oficialmente para garantir a ordem em uma produção cultural em ambientes públicos, que por direito é de todos! E assim garantir: Art. 18." É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor".

Vale lembrar que as audiências públicas servem para cobrar a presença do Estado que é ausente, e neste caso as instituições públicas cobram taxas, ofícios, e os produtores culturais têm que ser os fiscais dos vendedores autônomos, seguranças do espaço público, técnicos de eletricidade para iluminar as praças, e salva vidas das políticas públicas. 

A cultura só é possível através de contatos do individuo com relações sociais, religiosas, familiares e políticas, logo, essa matriz complexa de Homem e Ser carece de comprometimento profissional daqueles que lutam por uma causa. 

Deixamos um convite a todos os que discriminam o Movimento de Rock Tucuju, que nasceu na Universidade Federal do Amapá, há mais de 5 anos, a visitar e fazer parte da construção cultural independente desde Estado.

Coordenação Geral do Movimento de Iniciativa Cultura Liberdade ao Rock


2 comentários:

  1. Pra vc ver como é a hipocrisia de qm quer criminalizar o rock e como existem pessoas despreparadas falando. Ela diz q não tem nada contra o movimento 'Liberade ao rock' mas fala com um preconceito que é incrivel, cara...

    Penso que ela deveria se retratar sobre o q ela disse, hein.
    Pq isso é uma falta de respeito não só com os envolvidos pelo movimento, mas também com os organizadores do evento (festival ou sei lá o q seja)
    Além disso, não sei que moral que as pessoas (ela também, claro) que são fumantes, consomem bebida alcóolica, tomam remédios para dormir, emagrecer e etc... tudo quanto é substância quimica (legalizada)vendida em farmácia, tem pra dizer sobre o que o cara deixou ou não de fazer na praça da bandeira.

    Isso so mostra a ignorância dela, (que é mais uma que fica naquele lance de: sexo, drogas e rock n' roll)será q ela não entende que as drogas estão ai? inseridas no meio de todos e, mano... Não devemos tratar a questão das drogas com estúpidez e preconceitos chulos e sim uma discussão melhor para prevenir que o adolescente não faça uso de substâncias ilegal. Pq acredito eu que nos outros estilos tem muita gente que propaga questões de drogas e estimulam o fumo, o alcool, a sacanagem, vulgaridade e o que quer que seja. Ou acham que os sertanejos, funks de hj passam mensagens de amor ao próximo e outros assuntos sérios?

    Enfim, se o problema for as drogas, tentem debater ideias para evitar isso e não tenham atitudes preconceituosas.A droga está ai independente do estilo. Manchar um festival q promove a cultura rock n' roll por uma questão completamente diferente só mostra o quão despreparada ela é...

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  2. Com todo respeito, não gostei de teu texto. Não que o problema seja o gênero musical, mas sim as pessoas.
    Muitos dos adolescentes que frequentam a Praça da Bandeira parecem que gostam de parecer decadentes. E uma pessoa que não frequenta o lugar chega, vê, o que pensaria?
    Claro que não é culpa do Liberdade ao Rock, mas também não é totalmente culpa da conselheira tutelar. Não que eu esteja a defendendo, essa é só minha opinião.

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