quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Headbanger ou Metaleiro?




Hoje irei abordar um tema do qual sou bastante experiente, a utilização dos termos Metaller, Metalhead, Headbanger e Metaleiro. Em meados da década de 70 na Inglaterra, quando o Heavy Metal apresentava uma primeira safra de bandas, a BBC, Observer e outras entidades jornalísticas, passou a adotar o termo Metaller para os seguidores do movimento, depois de ter passado pela Fase-de-ataque da parte do movimento Punk puro (mais ou menos 1976 até 1979), a segunda safra de bandas, conhecida mais como NWOBHM, que traziam bandas ainda mais pesadas tomou conta da Inglaterra e alguns jornais passaram a usar também o termo Headbanger, pois os conservadores de Sua Majestade Elisabeth II, viam toda aquela garotada "Batendo a cabeça" como condenados infernais (The Times, 2nd April 1980). Lemmy Kilmister, inglês, mas residente Californiano e Roadie Crew de Jimi Hendrix durante o 1° Woodstock em 1969, fundou na segunda metade dos anos 70, entre EUA e Inglaterra, o Power Metal Motorhead fazendo pirar a cabeça dos bangers yankees, especialmente em San Francisco. E os Ingleses respondem logo depois com o Venom.
O Termo Headbanger ficou cada vez consolidado porque o Verdadeiro Heavy Metal Americano nascia naquele momento e era mais pesado do que nunca. No Brasil, no final dos anos 70 e início dos 80, nós daquela época, simplesmente traduzimos o termo Metaller inglês para Metaleiro porque era mais original e nós, por uma questão de patriotismo, não queríamos adotar metaller que soava estranho. As outras gerações de fãs heavy foram seduzidas por bandas cada vez mais pesadas e o termo usado naquele período, graças ao programa TV Headbanger's Ball da MTV Americana passou oficialmente para headbanger. A imprensa brasileira ainda tinha como visão o metaleiro e no Brasil era muito discriminado por ser considerado coisa de viciados em drogas (especialmente durante o Regime Militar). O tempo foi evoluindo, a indústria do Metal foi crescendo muito e, por uma questão social (ou talvez psicológica) os novos fãs começaram a rejeitar cada vez mais o termo metaleiro que era muito brega e muito brasileiro, principalmente graças à um festival promovido pela Rede Globo em 1985 onde o Língua-de-Trapo performou a cômica Os Metaleiros Também Amam ridicularizando e rotulando negativamente o Metal em geral. A imprensa brasileira e fanzines como a Rock Brigade não foram capazes de investigar e tirar fora do baú um pouco de historia e Cultura e hoje existe um Mal-Entendido entre ser um verdadeiro headbanger que escuta somente o verdadeiro Metal e em um certo modo comportamental e ser um metaleiro que é burro, ignorante e só suja a imagem. Provavelmente existe uma certa diferença entre os metaleiros de hoje e os metaleiros de ontem. Uma coisa é certa: os metaleiros de ontem amavam o Metal, viviam o Metal 24 horas por dia, 7 dias por semana e 366 dias por ano sem se preocupar em fazer distinções entre quem escutava o Heavy Metal e quem escutava o Rock Nacional de então. Pelo contrário: existia uma grande sinergia entre nós e um grande respeito. Mas era um outro tempo aquele.